Foto: Ascom Idomed

A procura pela policlínica do Idomed em Juazeiro do Norte, sul do Ceará, disparou nos últimos cinco meses. O motivo, segundo a coordenadora da policlínica, Maria Regiane de Oliveira Dionísio, está relacionado ao mosquito Aedes Aegypti. "Aqui recebemos, diariamente, um número cada vez maior de pessoas em busca de atendimento, mesmo o número de vagas sendo limitado. Das 19 especialidades que dispomos, a reumatologia está sendo uma das mais procuradas por conta das sequelas provocadas pela chikungunya. Nos últimos 5 meses, tivemos um aumento de mais de 70%". Os pacientes são das três principais cidades da região do Cariri - Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha. 

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), somente nas duas primeiras semanas de 2022, por exemplo, o Ceará registrou um crescimento de 503,5% de casos notificados em comparação ao mesmo período do ano anterior e a maioria dos casos foram registrados na região do Cariri. 

Em busca de minimizar os efeitos da doença em pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social, a policlínica do Idomed, que presta atendimento gratuito, tem destinado energia para tentar atender um maior número de pessoas. A manicure Cícera Nunes de Oliveira, está tentando uma das vagas com a reumatologia. Enquanto aguarda, já aproveitou para marcar agendar para outras especialidades. "Há três anos faço todo meu acompanhamento médico aqui na policlínica da faculdade. A primeira vez que estive aqui fui encaminhada pelo meu ginecologista, Dr Alcides Muniz, e encontrei toda uma rede de apoio que precisava. A procura pelo atendimento é grande, mas é justificado, porque além de ser muito bom, nós somos muito bem tratados", relata. 

Ao tempo que contribui com a população, o espaço também é uma oportunidade dos preceptores. No total, mais de 50 médicos preparam os acadêmicos do curso de medicina para a realidade vivenciada nos consultórios. "Além de apresentar a realidade do dia a dia do médico, aqui os alunos têm, acima de tudo, a oportunidade de trabalhar a humanização do atendimento", ressaltou a coordenadora. 

D’avylla Souza Lima, é um bom exemplo. Acadêmica do 12º semestre, está se despedindo do internato. "Aqui pude aprender tanto quanto profissional, quanto pessoalmente. Entrei aqui uma menina e tenho certeza de que saio uma mulher e profissional muito melhor. O acesso a tantas especialidades, com preceptores dedicados nos ajuda muito na escolha dos próximos passos na vida acadêmica, assim como o contato com a população. Poder contribuir e minimizar os seus anseios e dores é, sem dúvida, um grande ensinamento para o perfil de profissional que podemos ser". 

Os alunos têm o primeiro contato com a policlínica a partir do 4 º semestre e seguem fazendo esse acompanhamento até o último ano de faculdade. Por ano, a policlínica atende mais de oito mil pessoas.  São realizados mais de 8 mil atendimentos divididos nas especialidades – Infectologia, Neurologia, Urologia, Nefrologia, Dermatologia, Gastroenterologia, Psiquiatria, Cardiologia, Reumatologia, Pneumologia, Ginecologia e Obstetrícia, Endocrinologia, Endocrinopediatria, Pediatria (Puericultura), Pediatria Geral, Reumato Pediatria, Alergologia Pediátrica, Neuropediatria e Endocrinopediatria.