Dois anos após o início da pandemia de Covid-19, o mundo entrou, definitivamente, em alerta para a prevenção e os cuidados com a saúde mental. Diante de um cenário de perdas, pacientes, familiares e amigos encheram os consultórios de psiquiatras e psicólogos em busca de ajuda para aliviar a angústia, ansiedade e depressão, neste último com aumento de 28%, de acordo com um estudo feito pelo jornal médico, The Lancet.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia interrompeu serviços essenciais de Saúde Mental em 93% dos países do mundo e, ao mesmo tempo, intensificou a procura por esses mesmos serviços. No Brasil, segundo pesquisa do Instituto FSB, 62% das brasileiras e 43% dos brasileiros afirmaram que a saúde emocional ‘piorou’ ou ‘piorou muito’ durante a pandemia.
Um estudo desenvolvido pelo Instituto Ipsos e encomendado pelo Fórum Econômico Mundial, concluiu que 53% dos brasileiros achavam que sua saúde mental "tinha piorado bastante no último ano". Segundo estudo realizado pela FIOCRUZ e outras seis universidades nacionais, enquanto 40% da população brasileira apresentavam sentimentos frequentes de tristeza e de depressão, outros 50% da mesma população apresentavam frequentes sentimentos de ansiedade e nervosismo. A pandemia também prejudicou os jovens. Uma pesquisa conduzida pelo UNICEF/Gallup mostrou que 22% dos adolescentes e jovens brasileiros de 15 a 24 anos se sentem deprimidos ou têm pouco interesse em ‘fazer coisas’.
"Prevenir o adoecimento mental não é uma lógica individual, mas de processos coletivos em torno da qualidade de vida, de elementos sociais, políticos, econômicos, ou seja, na formação de modos de vida tanto singular quanto coletiva. A saúde, no seu conceito mais amplo, de bem estar biopsicossocial, não é estática. O que estamos vivendo atualmente nos revela a necessidade crescente de, não só nos conscientizar sobre as questões sobre a saúde mental, mas, também, de lutarmos pelo fortalecimento das políticas públicas e assistência psicossocial", explica a psicóloga do Centro de Oncologia e Hematologia (Oncovie), Marina Teófilo.
Fonte: Ascom Engaja Com.