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Incentivo à doação de medula óssea é essencial para reverter queda registrada na pandemia
Brasil registra o menor número de transplantes de medula óssea desde 2014 e número de doadores também apresenta queda
date_range22/12/2021 às 08:00

Ilustrativa

A pandemia do coronavírus é associada pelos especialistas à queda no número de doadores de órgãos e tecidos. Entre janeiro e agosto de 2021, por exemplo, 124.920 indivíduos foram incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). O número equivale a apenas 54,5% do total registrado em 12 meses de 2020, ano em houve queda significativa no cadastro de doadores. No total, entre janeiro e dezembro do ano passado foram incluídos 229 mil indivíduos no REDOME, 21% a menos do que em 2019. “A tendência de queda no número de voluntários é um dado que deve servir de alerta para retomarmos as ações de incentivo à doação”, explica o hematologista e professor do IDOMED – Instituto de Educação Médica, Vitor Paviani. 

Ainda segundo o REDOME, em agosto o País tinha 5,429 milhões de doadores voluntários. Em média, há no País 650 pacientes em busca de tecidos compatíveis. A ampliação constante no banco de doadores é essencial por causa da dificuldade em identificar a compatibilidade de tecidos entre doadores e pacientes. Em 2020, o número de transplantes de medula óssea realizados no País (279) foi o menor visto desde 2014. 

Para mudar esse quadro, é preciso estimular a doação. Paviani diz que o ideal é atender quatro quesitos principais para ser um voluntário: ter entre 18 e 35 anos; estar em bom estado geral de saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante e não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. Após o registro, o voluntário retira sangue para análise e os dados são mantidos em um sistema nacional consultado sempre que há um novo paciente com necessidade de tecidos. 

O transplante de medula óssea é usado no tratamento de alguns casos graves de leucemia. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença é identificada em 10.810 brasileiros a cada ano. 

Quando há compatibilidade entre doador cadastrado e receptor, a coleta do material pode ser feita de duas formas: por uma máquina semelhante à usada na doação de plaquetas sanguíneas ou com uma punção na medula do doador. “São procedimentos seguros. O doador pode passar por algum desconforto, mas estará salvando uma vida”, diz Paviani.  

 



Sobre
João Boaventura Neto, um jornalista que deixa um importante legado para a comunicação cearense. Passando por diversos veículos de comunicação da região, o Boaventura sempre responsável e atento às informações, tinha consciência do amor pelo jornalismo e a produção no Blog do Boa. Será eterno em nossos corações. Saudades!