Foto: Ascom Câmara Municipal

A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte discutiu, durante a sessão ordinária da última quinta-feira, 15, o pronunciamento do prefeito Glêdson Bezerra, que anunciou a impossibilidade de efetuar o pagamento do 13º salário de servidores temporários e comissionados neste mês de dezembro. Conforme anunciado pelo gestor, o salário não será creditado nas contas dos servidores para não extrapolar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que fixa o limite de 54% de gastos com pessoal. 

Na Câmara Municipal, vereadores avaliaram a medida como falta de competência para gerir o orçamento municipal. Capitão Vieira Neto apresentou um demonstrativo enviado pelo prefeito no segundo quadrimestre deste ano. Em agosto, o balanço já apontava 57,8% de gastos com pessoal. Além disso, conforme mencionou o vereador, o prefeito enviou ao menos três matérias para a Câmara criando novos cargos comissionados.

"Ele se apega a justificativas chulas e baixas para não pagar o 13º. Ele cria justificativas mentirosas, diz que aumentou em R$ 6 milhões a folha de pagamento, mas o orçamento também aumentou, as receitas também aumentaram. O que está faltando é falta de planejamento, falta de competência. O que ele disse é um atestado de incompetência pura", disse o parlamentar.

Para o presidente Darlan Lobo, o anúncio do prefeito, além de demonstrar incompetência na gestão do orçamento, é "um ato de covardia". "É falta de responsabilidade, é desvio de dinheiro público para beneficiar familiares e banqueiros de campanha, fazendo da Prefeitura de Juazeiro do Norte um cabide de empregos. Com incompetência e irresponsabilidade deixou o povo de Juazeiro sem 13º salário", afirmou.

Ainda durante a sessão desta quinta, a Câmara Municipal recebeu Ronildo Alves e Vando Oliveira, representantes de entidades de apoio a pessoas que vivem com HIV. Em pronunciamento da tribuna da Casa, Ronildo denunciou o descaso da gestão municipal com os pacientes. O número insuficiente de médicos infectologistas foi uma das denúncias apresentadas por ele, além de problemas na estrutura física do Centro de Infectologia.

"Juazeiro tinha dois médicos infectologistas, só temos um hoje. Esse único já está prestes a sair do serviço, por conta de finalidades pessoais. A nossa preocupação é essa. É um serviço que atende quase dois mil pacientes. Só numa campanha nós tivemos quatro casos de HIV. Esses pacientes não sabem nem quando vão passar por um médico. Nem vaga para a fila de espera não existe ainda em Juazeiro", afirmou.

Autora do convite, a vereadora Dra. Yanny lamentou a situação vivenciada pelas pessoas que vivem com HIV em Juazeiro. Ela prometeu não medir esforços para encontrar soluções. "Nós precisamos cobrar do Executivo para que sejam efetivadas políticas públicas para essas pessoas. Elas precisam de atenção, precisam de um suporte", disse a parlamentar, que apresentou um projeto de lei que estabelece medidas de proteção especial à criança portadora HIV.