Tudo começou quando pacificamente por volta das 15h, dezenas de pessoas se reuniram no lado abaixo dos representantes brasileiros. Todos de roupas verdes e amarelas, cantavam o hino brasileiro e entoaram apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Depois de alguns minutos Bolsonaro desceu e discursou em uma praça central italiana. Mais uma vez, o presidente critica a imprensa e à CPI da Covid, entre outros. Após o termino do discurso, todos ouviram em silêncio e ele decidiu caminhar pelo centro de Roma. Tudo começou daí.
Repórteres de diversos meios de comunicação brasileira, tentando se aproximar do presidente para entrevista-lo. Questionado sobre a ausência na COP26 (Cúpula do Clima na Escócia) e da greve dos caminhoneiros, entre outros assuntos, Bolsonaro não responde a nenhuma dessas perguntas e continuou a caminhar por mais alguns minutos.
Os seguranças do Brasil e da Itália que o cercavam permitiam apenas que apoiadores de verde e amarelo se aproximassem do presidente enquanto intimidavam os repórteres ao redor de Jair. Muitos dos apoiadores xingaram e intimidaram os jornalistas. Os seguranças ao redor usaram de violência contra jornalistas que tentasse fazer perguntas.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) disse, em nota, que "repudia mais esse ataque à imprensa envolvendo a maior autoridade do país. Ao não condenar atos violentos de seus seguranças e apoiadores a jornalistas que tão somente estão cumprindo seu dever de informar, o presidente da República incentiva mais ataques do gênero, em uma escalada perigosa e que pode se revelar fatal. Atacar o mensageiro é uma prática recorrente do governo Bolsonaro que, assim como qualquer outra administração, está sujeito ao escrutínio público. É dever da imprensa informar à sociedade atos do poder público, incluindo viagens do presidente no exercício do mandato. E a sociedade, por meio do art 5º da Constituição, inciso XIV, tem o direito do acesso à informação garantido."